sábado, 4 de fevereiro de 2017

Imigrantes, refugiados ou conquistadores?


Ainda em 2015, o então candidato republicano a presidência dos EUA, Donald Trump, se colocou contra o acolhimento de refugiados sírios afirmando que a maior parte daqueles buscando asilo nos EUA e na Europa eram "homens jovens e fortes" 

Trump, em entrevista ao Yahoo News:
"Mas se eles estão aqui eles têm que voltar, porque não podemos arriscar. Você olha a migração, são homens fortes e jovens. Não podemos arriscar que as pessoas vindo para cá sejam afiliadas ao Estado Islâmico".

Em um discurso em Worcester, Massachusetts:
"Este pode ser o grande Cavalo de Tróia da história. Porque você olha para a migração... estude-a, olhe para ela. Agora eles começarão a se infiltrar com mulheres e crianças, mas você olha para essa migração — e eu sou o primeiro a falar sobre isso — três semanas atrás eu estava sentado e eu disse: "isso não é uma vergonha?". E então eu disse a mim mesmo: "Uau, todos são homens!". 
Há tão poucas mulheres e há tão poucas crianças... e não é só que eles são homens, é que eles são homens jovens. E eles são bem fortes, eles são durões (tough looking cookies). Eu digo, "o que é que está acontecendo aqui?!"

Relatório da ONU sobre imigração na Europa em 2015:
De acordo com os números das Nações Unidas, 72% dos imigrantes são homens. Apenas 15% deles são crianças e 13% são mulheres.

Já os dados da Eurostat (agência estatística da União Europeia) se mostram ainda mais problemáticos para quem considera o movimento de imigração em massa rumo ao continente como uma "crise de refugiados".
Entre abril e junho do mesmo ano, de um total de 213 mil imigrantes chegando ao continente apenas 44 mil vieram da Síria. Ou seja: apenas 1 em cada 5 imigrantes. Os outros imigrantes vieram do Afeganistão, Eritreia e Nigéria.

Um outro estudo, este conduzido pelo Serviço Federal Alemão para a Migração e Refugiados (BAMF), confirma os resultados da Eurostat. 
O estudo, intitulado "Candidatos a asilo: estrutura social, qualificações e empregabilidade", mostra que a maioria dos refugiados que vieram para a Alemanha em 2015 são homens jovens. A maioria dos homens, vistos por país, vem do Paquistão, seguida pelos afegãos, sírios, eritreus e iraquianos. Homens com menos de 22 anos  constituem a maior proporção entre os eritreus (mais de 46%), os afegãos (40%) e os iraquianos (27%). No total, quase dois terços de todos os refugiados têm 33 anos ou menos.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          
O site Snopes, que se propõe a ser um fact-checker (verificador de fatos) e que será usado pelo Facebook para bloquear as chamadas "fake news", classifica a afirmação de que a maioria dos imigrantes/refugiados é formada por homens jovens como "mostly false" -- falsa em sua maior parte. 

Mas o argumentos apresentados pelo site são, na melhor das hipóteses, problemáticos: 
Rumores e desinformação têm sido parte integrante das campanhas anti-refugiados em todo o mundo, entre elas a alegação de que os migrantes e os refugiados são, estranhamente, homens jovens, fortes - em outras palavras, sao como "soldados", "terroristas" ou "invasores".
A fotografia vista neste meme particular foi tirada em Munique, em setembro de 2015, e tem sido usada para ilustrar a alegação de que um número desproporcionalmente grande de refugiados e migrantes são jovens e homens. Reivindicações como estas têm despertado o temor de que refugiados tragam terrorismo, estupro, agressões sexuais, abusos e outros males sociais que infestam sociedades fortemente patriarcais, temores que se tornaram parte da narrativa aceita sobre refugiados.
No entanto, as estatísticas sobre os refugiados contradizem esta afirmação. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a partir de 16 de março de 2016 haviam registrado cerca de 5 milhões de refugiados sírios registrados: 2,1 milhões no Egito, Iraque, Jordânia e Líbano, 1,9 milhão na Turquia e mais de 28 mil no norte África. Desse grupo de 5 milhões de refugiados, mais de metade (50,7%) é do sexo feminino"
Ou seja, para desqualificar a opinião dos críticos da política de portas abertas da UE, a jornalista traz o número total de refugiados sírios e, de forma triunfante, conclui que "mais de metade (50,7%) é do sexo feminino". Só que o argumento só confirma as conclusões dos críticos: as mulheres e crianças, que são a maioria dos refugiados, ficam em sociedades islâmicas enquanto homens jovens em idade militar partem em massa rumo a Europa. 

A autora do texto omite o fato de que a maioria absoluta dos imigrantes chegando na Europa não vem da Síria e justifica a discrepância entre o número de mulheres e crianças partindo rumo a Europa e o número das que ficam no Oriente Médio com base nos riscos da curta travessia de barco para chegar na costa da Itália ou da Grécia. 
O problema é que ela também ignora o que a imprensa ocidental/árabe e os apoiadores da política de imigração atual classificam como condições de vida sub-humanas nos campos de refugiados: falta eletricidade, alimentos e até água. [1] [2]

A julgar pelas notícias publicadas na imprensa internacional e pelo que clamam os apoiadores da política de portas abertas, a situação de mulheres e crianças desprotegidas e em condições precárias em campos de refugiados não é menos arriscada que a curta travessia de barco.      
                                                                                                                                                                                                                                                                               

Como líderes religiosos muçulmanos enxergam a "crise de refugiados"

Xeique palestino: refugiados vão "procriar" com mulheres europeias e conquistar seus países 

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Em um sermão exibido no canal al-Hekma (Egito), o imã Ali Abu al-Hassan diz que os imigrantes muçulmanos invadindo a Europa transformarão todo o continente em um Estado islâmico.

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O clérigo libanês Amin al-Kurdi afirma, em entrevista ao canal al-Quds (Líbano), que os muçulmanos de Gaza já consideram a conquista de Israel como algo certo e agora falam em reconquistar a Espanha, que na Idade Média foi dominada pelos muçulmanos.



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